Maria Adelaide Moreira Brandão (n.21.VIII.1939, f.03.XII.2008), nasceu na Casa de Telarda de Baixo, freguesia de Rossas, concelho de Arouca. Foi a primeira de sete irmãos, filhos de José Teixeira de Pinho Brandão e de D. Helena Moreira Brandão, aquele natural da Casa de Telarda, freguesia de Rossas, e esta natural da Casa de Souto Rei, freguesia de Várzea, concelho de Arouca.
Completou a escola primária com distinção e, fazendo valer a sua vontade de continuar a estudar, fez o curso dos liceus, que concluiu, na área de Ciências, com elevadas classificações, tendo ganho o Prémio Nacional no fim do curso. Inscreveu-se no curso de Ciências Físico-Químicas, na Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura na Universidade de Coimbra, em 1962. Convidada para Assistente na Universidade do Porto, preferiu aceitar o convite que lhe foi feito para Assistente do Laboratório de Física da Universidade de Coimbra. Foi aí que, a par das aulas práticas e teórico-práticas que regeu, iniciou a sua actividade de investigação científica no domínio da Física Nuclear. A sua determinação em fazer o doutoramento na área da Física das Altas Energias (ou Física das Partículas Elementares), que não existia em Portugal, levou-a a sair do País com uma bolsa do então Instituto de Alta Cultura (IAC). Entrou em Outubro de 1968 no Laboratório de Física Nuclear e Altas Energias da Universidade de Paris VI (Sorbonne). Realizou parte do seu trabalho experimental no CERN – Centre Européan de Recherches Nucleaires. Concluiu o Doutoramento de Estado em Dezembro de 1973, obtendo o grau de Docteur-ès-Sciences Physiques, com a classificação de Très Honorable. Foi equiparada a Doutor em Física pelas Universidades Portuguesas em 1974. Após o seu regresso ao País (onde chegou precisamente no dia 25 de Abril de 1974), foi convidada para membro da Delegação de Portugal junto da OCDE em Paris, onde ocupou, até 1979, o lugar de Conselheira Científica, responsável pelos comités de Política Científica, Educação e Indústria, Energia e Ambiente e Energia Nuclear. Foi durante este período que participou nas negociações para a entrada de Portugal como membro da Agência Internacional de Energia da OCDE. Regressada a Portugal em 1980, retomou o seu lugar de Investigadora do INIC – Instituto Nacional de Investigação Científica, onde dirigiu a elaboração de documentos relativos à Política Energética Nacional. No início dos anos 80, e na sequência deste seu trabalho, foi convidada pelo Presidente do então Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI) a fundar, naquele Laboratório do Estado, um Departamento de Energias Renováveis (DER) tendo como ponto de partida um núcleo de técnicos existente no então Departamento de Energia que já se dedicava ao estudo da utilização de energias renováveis. Dada a crise energética dos anos 70 a sua acção revestiu‑se da maior importância e actualidade. O DER foi criado para desenvolver actividades de ID&D em domínios que ainda hoje existem no actual DER, designadamente, Energia Solar Térmica e Fotovoltaica, Energia Eólica, Energias da Biomassa, Energia dos Oceanos. A Doutora Maria Adelaide Brandão construiu um Departamento de Investigação Científica, numa área que não existia estruturada em Portugal, definindo as suas actividades, adquirindo equipamentos para o seu desenvolvimento experimental, recrutando recursos humanos e criando incentivos para a sua formação complementar, no país e/ou no estrangeiro, do que resultou a obtenção do grau de doutoramento nestas áreas de parte apreciável do seu pessoal e estabelecendo protocolos e colaborações com Universidades e Centros de Investigação nacionais e estrangeiros. Em 1991 e por sugestão do seu marido, Prof. António de Pádua Loureiro, do Instituto Superior Técnico, iniciou o Salão Cultural que veio a ser registado como Universitas Gratiae e que teve, e se espera continue a ter, uma actividade cultural intensa e regular na forma de seminários, sessões musicais, poesia, mostras de fotografia e pintura. Transcrevem-se as suas palavras duma entrevista dada à revista Faces de Eva (Número 18, ano 2007): «A par do meu gosto pelo estudo e da minha determinação, sem a minha capacidade de enfrentar o novo, aquilo que eu penso serem ingredientes de uma mulher livre perante o desafio que é a vida, não teria certamente feito a carreira que fiz».
__________Completou a escola primária com distinção e, fazendo valer a sua vontade de continuar a estudar, fez o curso dos liceus, que concluiu, na área de Ciências, com elevadas classificações, tendo ganho o Prémio Nacional no fim do curso. Inscreveu-se no curso de Ciências Físico-Químicas, na Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura na Universidade de Coimbra, em 1962. Convidada para Assistente na Universidade do Porto, preferiu aceitar o convite que lhe foi feito para Assistente do Laboratório de Física da Universidade de Coimbra. Foi aí que, a par das aulas práticas e teórico-práticas que regeu, iniciou a sua actividade de investigação científica no domínio da Física Nuclear. A sua determinação em fazer o doutoramento na área da Física das Altas Energias (ou Física das Partículas Elementares), que não existia em Portugal, levou-a a sair do País com uma bolsa do então Instituto de Alta Cultura (IAC). Entrou em Outubro de 1968 no Laboratório de Física Nuclear e Altas Energias da Universidade de Paris VI (Sorbonne). Realizou parte do seu trabalho experimental no CERN – Centre Européan de Recherches Nucleaires. Concluiu o Doutoramento de Estado em Dezembro de 1973, obtendo o grau de Docteur-ès-Sciences Physiques, com a classificação de Très Honorable. Foi equiparada a Doutor em Física pelas Universidades Portuguesas em 1974. Após o seu regresso ao País (onde chegou precisamente no dia 25 de Abril de 1974), foi convidada para membro da Delegação de Portugal junto da OCDE em Paris, onde ocupou, até 1979, o lugar de Conselheira Científica, responsável pelos comités de Política Científica, Educação e Indústria, Energia e Ambiente e Energia Nuclear. Foi durante este período que participou nas negociações para a entrada de Portugal como membro da Agência Internacional de Energia da OCDE. Regressada a Portugal em 1980, retomou o seu lugar de Investigadora do INIC – Instituto Nacional de Investigação Científica, onde dirigiu a elaboração de documentos relativos à Política Energética Nacional. No início dos anos 80, e na sequência deste seu trabalho, foi convidada pelo Presidente do então Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI) a fundar, naquele Laboratório do Estado, um Departamento de Energias Renováveis (DER) tendo como ponto de partida um núcleo de técnicos existente no então Departamento de Energia que já se dedicava ao estudo da utilização de energias renováveis. Dada a crise energética dos anos 70 a sua acção revestiu‑se da maior importância e actualidade. O DER foi criado para desenvolver actividades de ID&D em domínios que ainda hoje existem no actual DER, designadamente, Energia Solar Térmica e Fotovoltaica, Energia Eólica, Energias da Biomassa, Energia dos Oceanos. A Doutora Maria Adelaide Brandão construiu um Departamento de Investigação Científica, numa área que não existia estruturada em Portugal, definindo as suas actividades, adquirindo equipamentos para o seu desenvolvimento experimental, recrutando recursos humanos e criando incentivos para a sua formação complementar, no país e/ou no estrangeiro, do que resultou a obtenção do grau de doutoramento nestas áreas de parte apreciável do seu pessoal e estabelecendo protocolos e colaborações com Universidades e Centros de Investigação nacionais e estrangeiros. Em 1991 e por sugestão do seu marido, Prof. António de Pádua Loureiro, do Instituto Superior Técnico, iniciou o Salão Cultural que veio a ser registado como Universitas Gratiae e que teve, e se espera continue a ter, uma actividade cultural intensa e regular na forma de seminários, sessões musicais, poesia, mostras de fotografia e pintura. Transcrevem-se as suas palavras duma entrevista dada à revista Faces de Eva (Número 18, ano 2007): «A par do meu gosto pelo estudo e da minha determinação, sem a minha capacidade de enfrentar o novo, aquilo que eu penso serem ingredientes de uma mulher livre perante o desafio que é a vida, não teria certamente feito a carreira que fiz».
Fontes:
- BRANDÃO DE PINHO, A. J., ROSSAS - Inventário Natural, Patrimonial e Sociológico, Edição Policopiada, Rossas 2010.
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