segunda-feira, 6 de julho de 2009

"Torre dos Mouros"

A denominada Torre dos Mouros, situa-se no lugar de Lourosa de Campos, Freguesia do Burgo, na antiga Quinta de Lourosa, Quinta da Torre ou, como mais recentemente se denomina (por os locais atribuírem a Torre aos mouros), Quinta dos Mouros.
Trata-se de um imóvel quadrangular, de três pisos, estilo gótico, onde existiu uma cisterna, hoje aterrada, com seteiras e mata-cães.
Segundo Simões Júnior, pertenceu a Soeiro Nunes, "militar de Caambara", que a empenhou ao Mosteiro de Paço de Sousa, por escritura de 27 de Março de 1264, mas logo em 26 de Junho do mesmo ano emprazou-a a D. Paio Pais e ao Convento de Paço de Sousa, para a entregar definitivamente, e sem qualquer condição, a este Convento em 10 de Março de 1283.
Pela divisão das mesas do Mosteiro de Paço de Sousa em abacial e conventual, ficou a Quinta de Lourosa a pertencer aos jesuítas e mais tarde à Universidade de Coimbra, que a vendeu.
Nogueira Gonçalves, aponta tratar-se de uma «...sede de largo domínio agrícola, exposta ao sol, vigiando os terrenos de cultura, podendo, em caso de emergência, defender-se de inimigos».
O edifício actual é uma reconstrução a remontar a finais do séc.XIV, atendendo ao estilo e até à forma de uma inscrição aí existente, onde este último autor refere ter descodificado referência à «Era do milésimo trecentésimo e nonagésimo segundo (anno), isto é, ano vulgar de 1354».
Mostra-se já hoje bastante alterada, conforme se pode verificar pela entrada actual, no segundo piso, servida por rude escadaria, que resultou da transformação de uma antiga janela, e se reclama como lado principal da Torre. Quando na verdade, a frente da Torre é o seu lado nascente, onde no piso térreo se encontra a entrada principal, em arco ogival.
Vista por fora, cada lado da torre apresenta-se da seguinte forma: A fachada norte apresenta apenas uma janela no terceiro piso; a fachada nascente recorta-se na base, a meio, do arco de entrada, ogival, janela rectangular no segundo piso, posta levemente do meio para sul, mais para a esquerda deste lado, uma janela ogival a servir o terceiro andar; na fachada sul apenas a janela rectangular do último piso, posta a meio e fechada agora; a fachada poente, que erradamente se toma por principal, apresenta o acesso directo ao segundo piso, e logo por cima, no último andar, a janela geminada e um balcão coberto logo pela nossa esquerda.
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Imóvel não classificado, situado em propriedade privada, vedada ao público.
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